31.8.08

Los lunes al Sol


sobre hiper-realismos e big crounchies¹

a captação pluviométrica indica decréscimo na liquidez orçamentária do objeto audiovisual.provo. foram suficientes módicos US$ 4 milhões para a produção espanhola Los Lunes al Sol trazer à telona a topografia da exclusão que se dilata em escala aritmética durante os 113 minutos de um genuíno cinema de compromisso. atualíssimo. o extraordinário
Fernando Leon² acertou ao convocar o canastrão mais carismático da ibéria - Javier Baldem - para encarnar Santa , uma espécie de entusiasta das plenárias de boteco. após os confrontos dos trabalhadores com a polícia quando do fechamento do estaleiro naval da cidade de Vigo, o drama desse círculo de amigos passa pela obsolessência de suas vidas profissionais ou pelo desencantamento frente à promessas mágicas de crédito bancário. a comoção é lírica no escapismo flutuante de Santa que divaga sobre as grandes oportunidades de uma vida na Austrália.

niilismo

" a questão não é se acreditamos ou não em Deus. a questão é se Deus acredita em nós." metralha um dos franco atiradores de balcão com o olhar perdido na insólita
xanadu³ dos ébrios. entes reais de um cotidiano particularmente familiar, abandonados à uma subserviência satélite num encadeamento impressionante de eventos.aquelas gaivotas portuárias se prestam formidavelmente para descrever a lentidão e o ócio enternecido pelo sol. contemporaneidade e celebração da vida em meio ao congelamento. bom de ser visto antes de ir às urnas.

1.de Big Crounch: fenômeno inverso de Big Bang, aonde ocorre uma implosão do universo gerada pelo rompimento dos limites de espaço.( tentando explicar com as minhas palavras )


2.Fernando Leon de Araona: diretor, produtor e roteirista aplaudido de pé no cine Rampa de Havana. alcançou grande êxito em Princesas seu mais novo trabalho.

3.Xanadú:


"A
place where nobody dared to go,

the love that we came to know
They
call it Xanadu"

Olivia
Newton-John

4 comentários:

Renato Zerbinato disse...

Boa resenha, dá pra atiçar a curiosidade só de ler.
De passagem, acredito infinitamente que o Big Crounch JÁ está acontecendo... logo não restará pedra sobre pedra, ou atómo sobre átomo!!!

Abraços!!!!!

Anônimo disse...

Este momento de ócio vivido pelos personagens (descrito alí no texto), se trata de um ócio específico, do qual chamo de ócio benigno; o corpo pára, mas a mente não padece.
O clima pós confronto, proletários ébrios na praia (aliado aos diálogos expostos em tua resenha) realmente atiçam a curiosidade.

Excelente ,Luv!

Cris Castro disse...

é essaê Zerba ! o grandioso Tim Maia que me desculpe, mas sua preleção sobre " O Universo em Desencanto" estaria melhor multiplicada no gogó do tenor Pavaroti. fim das contas deu certo com " Miss Sarajevo " em seu duo com o Cosplay do Moon-ha-Bono Vox. beleza de inflexão mano . igualmente gosto de pensar que vivemos sob o paradigma do contra-fluxo: o tempo destrói tudo ( Gaspar Noé ). o dado que despoja qualquer fiapo de dúvida foi o fato da Dercy Gonçalvez ter mandado o mundo à merda ! contagem regressiva...

Cris Castro disse...

oi amor. o filme é magistralmente belo. zé povinhada que torça o nariz no adorocinema.com . 'magina, vagabundo se sente em nível de discussão pra malhar até o Blade Runner. meu cú. meses antes de estreiar Segunda-feira ao Sol eu pagava inteira no Guion só pra assistir o trailer e saía. adelante tem mais resenha. aguarde. kisses.